Animais têm cemitérios exclusivos no interior de São Paulo

Mesmo assim, são poucos locais destinados aos bichinhos de estimação
Quem tem um animal de estimação dentro de casa normalmente cuida com carinho e ele, inclusive, entra para o álbum da família. Muitas vezes são anos de convivência. E como qualquer ser vivo, uma hora também morre. Daí vem a pergunta: o que fazer com o bichinho? Em algumas cidades, como Botucatu (SP) e Sorocaba, por exemplo, existem cemitérios exclusivos para enterrar cachorros, gatos e até aves.
O ritual de despedida é semelhante ao de um ser humano, com velório, orações e túmulos. Mas em outras situações, como em Bauru, São José do Rio Preto e Itapetininga, não há locais apropriados. Em alguns casos, as pessoas colocam os animais em sacos de lixo, abrem um buraco em terreno baldio para enterrá-los ou eles são depositados em aterros sanitários.
Lugar para flores e lembranças
Os bichinhos são a cara do tutor. Eles adquirem a personalidade de quem os alimenta e dá conforto. No entanto, sempre estão prontos para brincar e receber uma coçada na cabeça. Quando se vão, a dor é sentida pelos
Em 2001, o local foi aberto. ‘King’ foi o primeiro a ser enterrado. De lá para cá, além de confortar as pessoas, o negócio passou a ser o
Atualmente são quase 3 mil animais enterrados.
Hoje, após os 11 anos de funcionamento atendendo Botucatu e região, o cemitério se tornou referência na região. Os serviços incluem translado do animal, velório, sepultamento com placa de nascimento e óbito, nome e registro de sepultamento e, após três anos, é removido e arquivado no ossário com o número da gaveta registrado em livro e no computador.
Em Sorocaba também há um cemitério particular destinado aos animais. O ‘Caminho do Céu’ é reconhecido em toda a região. O local também conta com um site, onde o proprietário do animal pode pedir ou fazer orações pelos bichinhos. O cemitério também realiza a prática de adoção de animais. No local também é possível fazer um tipo ‘classificado’ com os animais, como venda, compra, pedido de ajuda.
Inaugurado em 2007, um dos objetivos do cemitérios é oferecer um local digno e adequado para o sepultamento dos corpos dos animais de pequeno porte, de forma que as recordações e futuras homenagens sejam possíveis sem que o ecossistema seja prejudicado.
Nesse cemitério os bichinhos podem ser enterrados em jazigos individuais ou em um coletivo. No sistema individual, o sepultamento pode ser acompanhado pelo proprietário. Além disso, sobre o jazigo é permitido a colocação de uma lápide padronizada de identificação.Já no sistema coletivo, retirada do corpo do animal do local do falecimento e o transporte até o cemitério são gratuitos, desde que o local da retirada esteja situado dentro da área urbana da cidade.
Na contramão
Já na maioria das cidades não há locais apropriados. Em Bauru, a prefeitura envia os corpos dos animais para o aterro sanitário. A lei municipal 4.286, de 16 de março de 1998, diz que em caso de falecimento de algum animal, cabe ao tutor dar a destinação adequada ao cadáver ou encaminhá-lo ao serviço municipal competente. Os restos mortais dos animais são levadas ao aterro sanitário conforme determina a resolução RDC nº 306, de 7 de dezembro de 2004.
A prefeitura também informou que a coleta domiciliar não recolhe animais mortos, mesmo que embalados. Também não aconselha que as pessoas enterrem os corpos em qualquer local por causa de riscos à saúde pública e ao meio ambiente. Mas por falta de divulgação, muitas pessoas escolhem terrenos baldios para colocar os animais mortos.
Foi o que fez a bibliotecária Maria Valéria Bertachini Nascimento. Depois que o vira-lata dela morreu no sábado de carnaval deste ano, Valéria decidiu colocá-lo em um terreno.
Segundo a médica veterinária do Controle de Zoonoses de Itapetininga, Adriana Araújo Simões, o tutor é responsável pelo cadáver do animal.
A médica veterinária destacou que antes de enterrar os animais é preciso colocá-los em um saco plástico.
Em outras situações, por falta de local também, as pessoas enterram os animais de estimação no quintal da própria casa. Em Itapetininga, José Roberto Rocha já preparou o túmulo no fundo de casa. Tutor de Nina, de 16 anos e Radija, de 7 anos, o aposentado quer um cantinho bem perto para poder lembrar das duas cadelas.
Quem também é defensora dos animais é a estudante Denise Fukuhara, que atualmente mora em São José do Rio Preto. Ela também teve a mesma dificuldade com seus bichinhos de estimação na infância. No caso dela, dois hamsters.
Os animais não falam, mas ficam tristes e doentes. Seja como for, a melhor coisa é aproveitar a companhia enquanto vivos. Afinal, o melhor amigo do homem pode ser um cachorro, gato, coelho, papagaio, hamsters ou qualquer bichinho. O importante é respeitá-lo até na hora da morte.
Em Bauru, José Lemes é um marceneiro que expandiu os negócios. Além de fazer móveis tradicionais, ele incluiu outro item para oferecer aos clientes.
Fonte: G1 Compartilhe!
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