As novas estrelas de Hollywood: os cães

Coleira de Ouro, premiação para “atores” de quatro patas, que tem sua primeira edição nesta segunda-feira, mostra como os cachorros vêm roubando a cena na indústria do cinema e na sociedade americana
Um novo prêmio tem movimentado o cinema americano. Martin Scorsese já pediu a inclusão de seu novo filme, A Invenção de Hugo Cabret, na lista de indicados. O ator Antonio Banderas ficou enciumado e sugeriu que se criasse uma categoria diferente só para que Gato de Botas, animação em que pôs a voz, também entrasse no páreo. E até o renomado produtor Harvey Weinstein – chamado de
Tudo por causa do cãozinho Uggie, revelação do filme O Artista, que estreou na última sexta-feira no Brasil. Este Jack Russell Terrier de 10 anos de idade é apenas um coadjuvante na história do protagonista George Valentin (Jean Dujardin), mas rouba a cena no longa sem esforço. E tem feito o mesmo em todas as premiações pelas quais passou, como o Festival de Cannes, onde venceu a Palma Canina – prêmio concedido há 11 anos pela imprensa internacional em paralelo à programação oficial -, e o Globo de Ouro, onde até desfilou pelo tapete vermelho e tirou uma foto, com uma das patas sobre um troféu, que correu o mundo. Para o Oscar, ele já está ensaiando um esquete ao lado do apresentador, o ator Billy Crystal.
Como se vê em muitas cenas de O Artista, Uggie imita bem gestos humanos: cobre os olhos com as mãos (no caso, as patas) quando está envergonhado e cai no chão após levar um tiro (de mentirinha, claro). No longa de Michel Hazanavicius, ele não só é o cãozinho inseparável de Valentin, uma estrela do cinema mudo, como também atua nos filmes ao lado do tutor. Tem, ainda, um papel fundamental para o desfecho da história – que não figura aqui para não estragar o fim.
E Uggie não está sozinho na carreira de cão coadjuvante – não se contam aqui casos como os de Lassie e Rin Tin Tin, estrelas absolutas de suas produções, e outros filmes
Para Alan Siskind, criador do prêmio e diretor da Dog News Daily, empresa contratada pelos estúdios de cinema para divulgar os cães
Adestradores consultados pelo site de VEJA garantem que é possível treinar qualquer cão para ser um ator de cinema, mas há particularidades entre eles.
O trabalho com cães
E ainda resta alguma dúvida de qual cão vai levar o prêmio?
Relembre alguns dos principais papéis destes atores de quatro patas:
Cosmo, o Arthur de Toda Forma de Amor:
Assim como Uggie, Cosmo é um Jack Russel Terrier. No filme, ele interpreta Arthur, o cão de Hal (Christopher Plummer). Quando seu tutor morre, ele vai morar com o filho de Hal, Oliver (Ewan McGregor), e acaba ajudando o rapaz a lidar com a morte do pai. É entre Oliver e Arthur que acontecem alguns dos principais diálogos do filme – os do cão aparecem em formato de legenda. Um dos melhores é quando Oliver se apaixona por uma garota, e Arthur pergunta:
Denver, o Skeletor de 50%:
Denver é um cão da raça greyhound, famosa pela altura de suas patas. No filme, seu papel é o de um cão de corrida aposentado que é adotado por Rachel (Bryce Dallas Howard) para ajudar o namorado, Adam (Joseph Gordon-Levitt), no processo de cura de um câncer. O cão está sempre ao lado de Adam no filme, mas não gera empatia no público como Uggie e Cosmo. Também concorre ao Coleira de Ouro.
Hummer, a Dolce de Jovens Adultos:
É um lulu da pomerânia branco que vive na bolsa da tutora, Mavis (Charlize Theron), assim como o chihuahua Bruiser dos filmes Legalmente Loira. Venceria fácil o prêmio
Maximiliam, a Blackie de A Invenção de Hugo Cabret:
Esta doberman é a candidata controversa da primeira edição do prêmio Coleira de Ouro, do qual só se tornou concorrente após uma forte campanha do diretor Martin Scorsese. Blackie é tão boa atriz que especula-se que tenha havido ajuda de computadores para dar uma forcinha em suas expressões faciais. Scorsese nega e diz que toda a motivação de Blackie veio de um quitute incomum: pasta de anchovas. Ele seria o estímulo para a atuação da cachorra em Hugo. O filme estreia dia 17 no Brasil.
Jill, o Verdel de Melhor É Impossível:
Com este personagem do filme de 1997, Verdel virou o griffon de Bruxelas mais famoso da história. No longa, ele derrete o coração de Melvin Udall (Jack Nicholson), um escritor chauvinista que tem horror ao vizinho gay, Simon (Greg Kinnear), mas se vê obrigado a cuidar do cão quando o vizinho vai parar no hospital. O cão acaba lhe ajudando a
Max, o Milo de O Máskara:
Max é um cão da raça – adivinhe só – Jack Russell Terrier. Ele é o cãozinho inseparável de Stanley Ipkiss (Jim Carrey), um bancário que se torna o personagem-título após encontrar uma máscara mitológica caída em um rio. Na cena, o cão usa a máscara, em uma das cenas mais célebres do filme.
Mushu, o Frank de Homens de Preto:
Embora se pareça com um cão normal da raça pug, Frank na verdade é um extraterrestre. Se destacou por ser, de todos os cães da lista, o único que
Fonte: Veja Compartilhe!
Treinamento – Muita gente duvida dos truques realizados pelos cães nos filmes. O diretor Martin Scorsese, por exemplo, teve de ir ao programa de televisão de Ellen DeGeneres na última terça-feira explicar que as expressões faciais feitas pela doberman Blackie em A Invenção de Hugo Cabret (que tem onze indicações ao Oscar) não ganharam nenhuma ajudinha da computação. De acordo com Scorsese, a cachorra fez tudo sozinha e motivada por um quitute bem incomum: uma pasta de anchovas.
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