Cães e gatos também sofrem de depressão
Não são só os humanos que têm depressão. Os animais também são acometidos por esse mal. Sobretudo, cães e gatos: “Dentre todos os animais domésticos, são estes os mais humanizados. Essa tendência à humanização leva a uma aproximação psicossocial cada vez mais forte”, explica a professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Anhanguera de Campinas, Paula Guimarães Felix.
Um dos principais indícios de depressão em cães e gatos são seus hábitos de higienização, dieta, vocalização excessiva (principalmente nos gatos) e na interação homem-animal. “Quando o animal está deprimido podemos observar que ele deixará de higienizar-se constantemente, e isso é um dos detalhes mais importantes a serem identificados. Principalmente em cães de pequeno porte, raças como Shih-Tzu, Lhasa Apso, Poodle Toy etc, e nos gatos, os hábitos alimentares podem mudar e na maioria das vezes eles apresentam um apetite diminuído. Dificilmente o inverso é observado nas depressões, sendo o aumente de apetite mais observado nas síndromes de ansiedade de separação”, afirma Paula.
É importante também observar o relacionamento entre pets e tutores: a interação também pode mudar, porém de maneira variável: alguns animais tendem a se afastar mais, outros se aproximam.
Nos cães, a maior incidência de depressão ocorre em animais de meia idade e idosos. Já no caso dos felinos, não há uma faixa etária específica para o problema surgir e, muitas vezes, a depressão aparece em felinos jovens. Mas é importante ressaltar que cada animal poderá responder de uma maneira individual ao agente causador, independente da espécie, raça ou sexo.
Uma vez que a depressão é diagnosticada, é preciso encontrar a causa primária para o desenvolvimento da doença. De acordo com a veterinária, “alguns programas de reabilitação em pequenos animais indicam a introdução de exercícios diários entre o tutor e seu pet através da utilização de brinquedos vendidos em pet shop para aumentar o gasto de energia e aumentar a interação entre você e seu melhor amigo”.
É bom ficar de olho no fato de que, Infelizmente, assim como nos humanos, a depressão poderá levar a doenças secundárias, como as dermatopatias (problemas de pele) e, para esses casos ou quando os sinais clínicos são mais severos, é indicado o uso de antidepressivos. “Atualmente não existem linhas de produtos veterinários para esta classe farmacológica, sendo ainda utilizados alguns dos antidepressivos indicados em humanos”, explica a professora.
Então, para ajudar o seu pet é importante atentar-se aos sinais clínicos de depressão ou crise de ansiedade, principalmente quanto os hábitos de higienização, que em muitos casos são os mais sutis e menos observados. “Alguns quadros de dor crônica podem levar à depressão em pequenos animais, por tanto é de suma importância o check-up de rotina para todos os tipos de paciente, independentemente da idade ou raça. Muitas vezes pode haver uma doença primária para a depressão em nossos companheiros”, esclarece Paula. Já no caso dos gatos, eles mais suscetíveis e podem sofrer com mudanças bruscas de residência ou de hábitos dentro da casa. “É sempre recomendável que essas mudanças sejam feitas de maneira mais simples, tranquila e gradual, principalmente em gatos idosos” explica a especialista.
A interação do tutor com seu animalzinho é de extrema importância, e os exercícios e brincadeiras devem ser estimulados sempre. Algumas raças particularmente necessitam de um gasto de energia maior, como os cães de porte médio à grande ou gigante. Esses animais além de brincadeiras em casa, muitas vezes necessitam de exercícios como caminhadas ou corridas.
Para prevenir a depressão, é essencial ficar de olho no comportamento do seu pet. Qualquer mudança, pode ser um indicativo de que algo não vai bem. Se você desconfia que seu melhor amigo sofre de depressão, procure um médico veterinário e lembre-se: jamais utilize medicamentos ou qualquer outra forma de tratamento sem a indicação do especialista.
Compartilhe!
Deixe um comentário