Carnaval da Águia de Ouro não terá penas e nenhum material de origem animal

Um dos maiores nomes públicos da luta pelos direitos dos animais, Luisa Mell será destaque no desfile da Águia de Ouro, no Carnaval de São Paulo. A escola falará – por meio de um cachorro – sobre a crueldade no tratamento dos bichos, com o enredo “Amor com Amor se Paga – Um Mundo Animal”.

Fora do Carnaval há dez anos, Luisa aceitou desfilar com uma condição: que as fantasias não usassem penas e nenhum outro material de origem animal.

“Falei para o carnavalesco que não dava para proteger um animal explorando outro, porque no início o tema era só sobre cachorros, então dei a ideia de tentar fazer um Carnaval diferente, e eles toparam. Contei todo o meu trabalho e, quando eles me mostraram o enredo, chorei. A escola vem mostrando que todos os animais sofrem, abordando vários temas polêmicos. É um carnaval protesto”, afirma Luisa.

Ela incentivou a escola a mudar todo o material usado na confecção das fantasias e carros para produtos que não tenham origem animal. O desfile foi construído de forma que todas as alas usem materiais alternativos, tanto em carros alegóricos quanto em fantasias.

Luisa Mell luta pelos direitos dos animais

Luisa Mell luta pelos direitos dos animais

“Nenhuma fantasia vai ter pena ou pluma. A fantasia da porta-bandeira, por exemplo, tiveram que fazer três vezes porque a pessoa não estava acostumada. Foi tudo um desafio, foi mais caro, mais trabalho, porque inovar é sempre complicado. Mas eles abraçaram e será um Carnaval audacioso”.

A apresentadora não contou muitos detalhes de sua fantasia para o desfile, mas contou que o carro alegórico do qual é destaque será bem chocante.

“O carro vem homenageando a baleia que morreu em um parque de diversões, vem a onça que morreu nas Olimpíadas. É um carro forte, mas vem abordando esses temas para os quais aparentemente a população está abrindo os olhos. Acho que é o momento mesmo. Saímos até nos telões da Times Square falando sobre o Carnaval”.

Batalha na vida pessoal

Conhecida como defensora dos animais desde a época em que apresentava o “Late-Show”, na RedeTV!, em 2002, Luísa contou que já precisou até de segurança particular – sobretudo em casos como o resgate dos beagles usados para testes de cosméticos e a luta para a proibição da vaquejada.

“Tive que contratar segurança para ir a Brasília, na Câmara dos Deputados. Foi muito forte, recebi muitas ameaças, fui muito xingada, mas acredito de verdade no que eu faço, que as pessoas podem mudar. Não nasci vegana, mas me transformei e acho que todo mundo pode ter esse despertar, o planeta está gritando.”

A apresentadora também confessa que o marido morre de ciúmes dela como musa do Carnaval, mas entende e apoia por conta de seu trabalho.

“Meu marido tem muito ciúme, mas não dá para ir ao Carnaval de burca. Eu me emociono demais e ele, vendo isso, começou a se emocionar. Ele sabe da minha batalha, o quanto é duro, o quanto eu sofro quando sou boicotada. Porque briguei com muita gente grande, brigo com rodeio, quero mudar tudo, sou xingada, ele sabe como é difícil, então virou meu maior apoiador.”

Fotos: Iwi Onodera/UOL e Divulgação

Fonte: UOL

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