Controle da Leishmaniose Visceral Canina (LVC) é tema de projeto da Unesp

A pós-graduanda Jéssica (à dir.) atendendo agente em treinamento

Objetivo é elaborar proposta de educação continuada para controle da doença

Jéssica Cristina Melice Gouveia, pós-graduanda da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (Unesp), Câmpus de Botucatu, desenvolve, sob orientação do professor José Rafael Modolo, projeto, com apoio da Fapesp, em parceria com a prefeitura de Lençóis Paulista, SP.

O objetivo é obter informações da população do município para auxiliar na elaboração de uma proposta de educação continuada em saúde, especificamente no controle da Leishmaniose Visceral Canina (LVC).

Foram aplicados, em outubro, 410 questionários sobre saúde aos tutores de cães, distribuídos proporcionalmente a quantidade de cães vacinados nos postos de vacinação das campanhas de vacinação anual contra a Raiva de 2004 a 2009 realizadas em Lençóis Paulista.

Um questionário sobre saúde pública veterinária é um instrumento de aproximação e vinculação entre os serviços de saúde e a população.

Para aplicação do questionário pelos 120 agentes comunitários de saúde, foi elaborado um manual do entrevistador para treinamento técnico, tendo como uma de suas funções esclarecer a importância dos agentes para o desenvolvimento do projeto, com a utilização de uma abordagem adequada para facilitar a compreensão, obtendo assim respostas confiáveis.

A leishmaniose é uma zoonose, considerada um grande problema de saúde pública. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 350 milhões de pessoas estejam expostas ao risco de infecção, com registro aproximado das diferentes formas clinicas de dois milhões de novos casos ao ano. Atualmente, é endêmica em 88 países, podendo assumir formas graves e letais em seres humanos.

Na América Latina, a doença já foi descrita em pelo menos 12 países, sendo que 90% dos casos ocorrem no Brasil, apresentando mudanças importantes no padrão de transmissão, inicialmente restrito a ambientes rurais e periurbanos e, mais recentemente, atingindo também importantes centros urbanos. É endêmica em vários estados, tendo sido identificada em humanos em 19 dos 26 estados da federação. Foram descritos casos autóctones em aproximadamente 1.600 municípios.

No Estado de São Paulo, 29 municípios apresentam somente casos de Leishmaniose Visceral Canina (LVC) e 66 Municípios apresentam casos de Leishmaniose Visceral Humana e Canina autóctones. Já a presença do mosquito transmissor Lutzomyia longipalpis foi confirmada em um total de 125 municípios.

Para Modolo, as atuações de saúde publica veterinária, quando realizadas na origem do problema, constituem procedimentos mais racionais e econômicos de proteção e manutenção da saúde humana, proporcionando, por consequência, melhor qualidade de vida para a população.

José Aparecido, Coordenador de Controle de Zoonoses do município, afirma que o que levou a Secretaria de Saúde a aceitar este trabalho em conjunto foi, primeiramente, a credibilidade adquirida por meio da parceria com a Fundunesp, para a realização, desde 1992, das campanhas de vacinação anual contra a Raiva em cães e gatos.

Para ele, o estudo desenvolvido pela pós-graduanda Jéssica vai ao encontro do projeto de Marketing Social implantado no município pela Prefeitura, com muita força para influenciar a mudança de hábitos e costumes da população em beneficio da saúde preventiva.

 

 

Fonte: Unesp

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