Ensaio mostrará cães com leishmaniose antes da eutanásia

Fotógrafo argentino visitou o Centro de Zoonoses de Fortaleza para captar imagens da mostra Perdas
Como se sente um cão com leishmaniose que será sacrificado?
Com apoio da MSD Saúde Animal, o projeto objetiva mostrar a realidade da leishmaniose visceral no País, popularmente conhecida como calazar, bem como conscientizar a população sobre este grave problema de saúde pública, pois se trata de uma zoonose de alta letalidade. A exposição também busca orientar a sociedade sobre a importância da prevenção da enfermidade.
O Brasil é o único País que ainda usa a eutanásia como forma de combater a leishmaniose. No entanto, o método é considerado ineficaz pela Organização Mundial de Saúde (OMS), conforme dados divulgados pelo Brasileish, associação científica que reúne médicos veterinários para o estudo da doença em animais. Na Europa, os cães não são eutanasiados, mas tratados.
O gerente de produtos para animais de companhia da MSD, o veterinário Marco Antonio Castro, conheceu ao longo de 2011 alguns centros de tratamento de leishmaniose na Espanha, Itália e Portugal. São centros privados e o protocolo de tratamento prevê três ciclos, ao custo médio de 1.400 euros (R$ 5 mil).
O veterinário Ricardo Henz, da Clínica São Francisco, também membro do Brasileish, explicou que duas perguntas são essenciais sobre esta zoonose: é seguro tratar? O animal continua sendo um risco para o ambiente? Em resposta, ele afirmou que, no caso da leishmaniose visceral, a conclusão é a mesma tanto para cães como para seres humanos.
Ainda não existe cura parasitológica. Ou seja, não é possível a eliminação total do parasita da doença, a leishmânia, nos organismos. Porém é possível a cura clínica, com o tratamento tanto nos cães como nos seres humanos. Neste caso, elimina-se a doença ativa.
O organismo pode até continuar com a leishmânia na corrente sanguínea, mas não é reservatório da doença ao ponto do vetor, o mosquito flebótomo, se contaminar e levar o parasita para o ambiente. Sem tratamento, tanto cães como pessoas são reservatórios da enfermidade no ambiente.
No entanto, o alto custo do tratamento inviabiliza o procedimento entre famílias de baixa renda, restando apenas o sacrifício dos cães doentes.
No Brasil, cerca de 80 mil cães são sacrificados por ano nos Centros de Zoonoses em decorrência da leishmaniose.
A MSD Saúde Animal lidera, no País, campanhas para prevenção da doença. A empresa é fabricante das coleiras antiparasitárias para cães, à base de Deltametrina. A coleira mostra-se como um dos principais instrumentos na prevenção. Recentemente, a MSD e seu distribuidor no Ceará, a Avipec, promoveram campanha de encoleiramento de cerca de 1.300 cães em região crítica de Fortaleza.
Campanha
Segundo Marco Antônio, a MSD acompanha de perto as discussões sobre as formas de controle da leishmaniose no País. Aproxima-se do Governo Federal, por meio do Ministério da Saúde, e das entidades protetoras de animais, no sentido de contribuir para o avanço das medidas de controle e combate da doença.
Ele defende a elaboração de uma proposta sistematizada, inclusive com a possível criação de centros de tratamento público para os casos em que o animal ainda não está tão debilitado.
Segundo ele, o Governo Federal já adquiriu cerca de 500 mil coleiras antiparasitárias. A MSD aguarda a definição das primeiras cidades a receberem o encoleiramento. Inicialmente, cerca de 10 a 15 cidades farão parte da campanha.
Fique por Dentro
O que fazer para controlar doença nos animais:
A leishmaniose visceral, também conhecida como calazar, é uma doença causada por um parasita que se multiplica nas células de defesa do organismo causando alterações importantes nos rins, fígado, baço e medula óssea. Os sintomas mais visíveis aos donos de animais são as feridas na pele e o emagrecimento acentuado. Porém, os tutores mais atentos perceberão que o animal está diferente (abatido, fraco), sem apetite, com as mucosas pálidas (anemia), com volume abdominal aumentado e, às vezes, apresentando um aumento exagerado do tamanho das unhas. O uso da coleira impregnada com Deltrametrina a 4%, recomendada pela Organização Mundial de Saúde, diminui o risco de infecção do cão pela doença. Limpeza dos quintais para evitar a proliferação do mosquito transmissor da doença também reduz o risco de contaminação.
Mais informações:
MSD Saúde Animal:
Fonte: Diário do Nordeste Compartilhe!
http://www.msd-saude-animal.com.br
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