Nove atitudes que você não deve ter com seu gato

Ter um gato não é o mesmo que ter um cão ou um bebê humano. Sendo assim, eles necessitam de cuidados veja dicas do que não fazer com o seu gatoespecíficos e respeito às suas características para que vivam saudáveis e em equilíbrio. E existem coisas que NUNCA devem ser feitas a um gato. Confira abaixo algumas delas:

1 – Cortar bigodes

Os bigodes são fundamentais para o equilíbrio e orientação do gato. Correspondem a um conjunto de pelos sensoriais, localizados entre o lábio superior e o nariz. Funcionam como uma espécie de radar, dando a noção exata de dimensão e distância dos objetos, facilitando a movimentação do animal na escuridão total. A perda deste órgão sensível provocará insegurança e frustração, uma vez que o gato terá dificuldade em executar determinadas tarefas rotineiras, como saltar com precisão, orientar-se no escuro ou andar em linha reta. A posição dos bigodes interfere, também, na linguagem corporal do animal. Quando está numa postura defensiva, movem-se para trás, ficando colados à face. Se relaxado, estão na posição normal, ligeiramente afastados da face. Se está curioso, sondando o ambiente ou pedindo carinho, dirige os bigodes para a frente. Quanto mais longos forem os bigodes, mais eficiente será a sua percepção sensorial. Estes também são renovados e por isso é possível que os encontre, por vezes, no local onde o gato dorme. Voltarão a crescer.

2 – Dar paracetamol

Um comprimido de paracetamol atinge drasticamente os glóbulos vermelhos e o fígado, levando à morte em poucos dias. Isto porque os gatos não o conseguem metabolizar, por falta de proteínas que o degradem. Não é porque um medicamento é inofensivo para bebês humanos que é também inofensivo para gatos, mesmo que adultos. Analogias entre espécies nunca devem ser feitas, uma vez que são perigosas. Muitos gatos morrem desnecessariamente porque os seus tutores resolvem improvisar e medicar, sem aconselhamento veterinário. Mesmo com tratamento adequado e intensivo, a intoxicação por paracetamol mata, de forma lenta e dolorosa.

3 – Dar ácido acetilsalicílico

Muito utilizado como antipirético e analgésico, demora cerca de 45 horas a ser eliminado pelo metabolismo felino, enquanto que, no ser humano, o mesmo acontece em cerca de quatro horas. Isto porque os gatos não possuem concentrações suficientes da enzima necessária para a metabolização da droga. Os sinais de intoxicação são: apatia, aumento da frequência respiratória, febre, anorexia, vómitos, gastrite hemorrágica, lesões renais, hemorragias, coma e até morte. O ácido acetilsalicílico inibe a secreção e agregação de plaquetas, causando quadros hemorrágicos perigosos ou letais.

4 – Medicação sem indicação veterinária

Automedicação é perigosa! Ministrar medicamentos exige conhecimento profissional. O gato possui um metabolismo peculiar, diferente do cão ou do homem. Nunca deve ser considerado um bebê humano, apesar da semelhança de peso, ou um cão de igual porte. Os metabolismos diferem muito e utilizar uma outra espécie como referência, pode ser fatal. Nunca arrisque! Confie ao médico veterinário a escolha do fármaco que o seu animal realmente precisa.

5 – Utilizar guizos nas coleiras

Quando o tutor compra uma coleira para o seu pequeno tigre, esta virá, muito provavelmente, ornamentada com um guizo. A maioria das pessoas deixa o objeto ali, por achar engraçado ou mesmo por conveniência, uma vez que se torna mais fácil localizar o bichano. No entanto, sob o ponto de vista do gato, estes pequenos e ruidosos objetos são terríveis. Como caçadores, veem a tarefa dificultada pelo barulho causado pelo guizo. Como presas, são mais facilmente localizados pelos seus predadores. Toda a anatomia do gato é feita para que ele se torne quase invisível e silencioso. O guizo inviabiliza esta admirável capacidade. E transforma-o num animal frustrado e nervoso. Imagine o que seria ouvir um tilintar irritante e constante nos seus ouvidos sempre que se movimenta! Se o objetivo é salvar vidas de pequenos pássaros e roedores, o uso de coleiras com cores garridas e brilhantes pode ajudar, com a vantagem de não estressar o gato. Em relação à vantagem de o tilintar servir para o localizar, utilize outros truques, como por exemplo agitar a caixa da ração para o atrair. E os guizos podem ser utilizados para fabricar brinquedos caseiros.

6 – Passear com o gato na guia

Os gatos são predadores, mas também são presas. Ou seja, não gostam de ficar expostos, sem controle do ambiente, uma vez que temem potenciais inimigos. Adoram explorar, mas sem perderem o domínio da situação, ao seu próprio ritmo e conforme a sua vontade. Normalmente exploram o seu território, partindo de um ponto inicial onde se sentem seguros e vão explorar os arredores, aos poucos e cautelosamente, regressando rapidamente ao ponto de partida, se sentirem algum tipo de ameaça. Mesmo quando fazem explorações mais alargadas, verificam visualmente se existem esconderijos ou zonas seguras nas redondezas, para aí se refugiarem, se acharem necessário. É por esta razão que tantos gatos são atropelados quando atravessam estradas movimentadas. Considerando que estão em ambiente hostil, precipitam-se numa fuga cega, para encontrarem abrigo onde relaxar e voltar a sentir que estão no controle da situação. Partindo deste princípio, é fácil compreender que pode ser muito arriscado expor um gato a um ambiente desconhecido, preso por uma guia. Cego de pânico, tentará fugir descontrolado, enrolando-se no fio, reagindo de forma perigosamente agressiva a qualquer mão que o tente acalmar. Ambos, animal e tutor, poderão acabar feridos, com maior ou menor gravidade. Isso também pode quebrar a confiança entre tutor e gato.

7 – Dar chocolate

Essa dica é muito conhecida para cães, mas vale também para gatos. O chocolate contém teobromina, que não é metabolizada no fígado, causando diarreia, vómitos, tremores, descoordenação motora e até morte. Qualquer produto que contenha chocolate, mesmo que em ínfimas quantidades, está completamente proibido na alimentação felina.

8 – Levar o gato ao veterinário sem caixa de transporte

Os tutores conhecem o seu animal no contexto doméstico, em ambiente controlado e com o qual está completamente familiarizado. Salvo raras exceções, em casa sentem-se confortáveis e seguros e a sua atitude é a esperada. Mas quando são confrontados com o ambiente hostil de sala de espera do consultório veterinário, com sons ameaçadores, odores assustadores e outros animais igualmente amedrontados, todos os sinais de alerta da sua condição de presa disparam e o gato só quer sair dali a qualquer custo, sem olhar meios ou medir consequências. Neste momento de absoluto pânico torna-se prioritário e essencial abandonarem o local, para se refugiarem em qualquer outro, que considerem mais seguro. Por negligência ou mesmo irresponsabilidade, algumas vidas se perderam desnecessariamente. Portanto, mesmo que o seu pequeno tigre seja a mais calma e doce criatura alguma vez vista, não arrisque. Não saia com ele sem ser na caixa de transporte, cuidadosamente verificada, para que não corra o risco de se abrir. Os gatos são animais que passam subitamente de uma emoção a outra. Um gato em pânico, tanto pode ficar estático, como no segundo seguinte atacar e/ou fugir.

9 – Dar anticoncepcional

O controle da natalidade nas gatas deverá ser feito por meio da esterilização cirúrgica (castração). O anticoncepcional está completamente contraindicado, pelos riscos que a sua administração acarreta. A piometra é uma doença uterina, em que ocorre uma infeção no interior deste órgão, infeção esta que não se consegue controlar com a administração de antibióticos. Só a ovariohisterectomia (remoção de ovários e útero) a pode resolver, mas existe a possibilidade de septicemia pós-cirúrgica (generalização da infeção). O risco de desenvolver esta doença é muito maior em animais a quem é administrada contracepção oral.

Com essas dicas seu gatinho viverá mais e melhor. E lembre-se: consultas regulares no veterinário são indispensáveis para a qualidade de vida do bichano.

Fonte: Veterinária Célia Palma/Visão

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